A combinação da montanha, o lago, suas pequenas ilhas e a espessa vegetação permitem realizar belas excursões e praticar atividades de aventura o ano todo: rafting, rappel, escalada, tirolesa, trekking, cavalgadas, etc. É a porta para o Canhão do Atuel.
RIO ATUEL
A bacia que alimenta o rio Atuel tem apenas 50 km de frente para a Cordilheira, mas abrange importantes glaciares, como o de Las Lagrimas, e cumes mais altos que os do Cordão Principal, sendo sua maior montanha El Sosneado, com 5.160m de altura.
O caudal do rio Atuel, na realidade, é formado pelo próprio Atuel e pelo rio Salado, seu afluente.
O rio Atuel começa a uma altura de 3.500m e é alimentado por uma série de línguas glaciares que descem da Cordilheira Andina entre os Cerros Morado e Paso de las Leñas.
A uns 500m água abaixo da represa El Nihuil, o rio começa a recortar a Sierra Pintada formando um cânion de 50 km de comprimento, o “Cañón del Atuel”. Este cânion termina nos últimos contrafortes das Serras de San Rafael.
O perfil longitudinal do rio é muito representativo e apresenta grandes pendentes até as Juntas, uma pendente suave (1,2%) até a represa El Nihuil, e um grande salto deste ponto até o Rincón del Atuel (580 m. de desnível em 45 km.) onde se localizam uma sucessão de importantes benfeitorias hidroenergéticas e para irrigação. São eles: Nihuil, Nihuil I, Nihuil II, Nihuil III e a represa Vale Grande.
O rio Atuel sai em direção a planície de San Rafael, no Rincón del Atuel, e desemboca no rio Desagüadero-Salado já na província de La Pampa.
VALE GRANDE
A 37 km da cidade, pela Rodovia Principal Nº 173 – inteiramente pavimentada, entramos no Cañón del Atuel em Valle Grande. No início vemos frondosa vegetação junto ao ruído do Rio Atuel que corre em seu leito de pedras, e cujo conjunto oferece a possibilidade de desfrutar férias especiais em contato com a natureza. O paredão da represa Vale Grande forma um enorme lago de águas verde-esmeralda que é uma tentação para a prática de natação, mergulho, esqui, remo, motonáutica, passeio em catamaran, winsurf, pesca esportiva, safáris fotográficos e, somente em alguns pontos, é permitido banhar-se.
O Dique Valle Grande, com 300m de comprimento, foi inaugurado em 1964. Tem um fechamento de estrutura mais leve, de concreto. A elevação da crista é de 815,65 manm, com altura máxima de 115m a partir de sua fundação, e possui uma capacidade de descarga para irrigação de 600 m³/s. Em sua construção foram usados 700.000 m³ de concreto. Utiliza-se sua condução para alimentar uma turbina de 25 MW de potência, prevendo para sua geração utilizar os caudais de irrigação estabelecidos pelo Departamento Geral de Irrigação. A represa tem uma capacidade de 164 hm³, com volume útil de 162,20 hm³. Apresenta sedimentação de material fino.
Nas imediações, à beira do rio que murmura anos de história geológica, foram construídos hotéis e chalés com todos os serviços para o turista. A região conta também com numerosos campings em meio de florestas e bosques, com todas as comodidades, como: sanitários, luz elétrica, água, balneários naturais ou piscinas, administração, restaurantes e artesanatos regionais.
Para aproveitar ao máximo nossa visita, podendo escolher entre um passeio de catamaran pela represa Vale Grande ou rafting no Rio Atuel.
O famoso Rafting no Vale Grande, sobre as águas do rio Atuel, é uma aventura emocionante que cativa por sua bela paisagem. Esta descida por águas brancas em barcos infláveis atrai milhares de entusiastas de todas as idades que desejam viver a experiência, sendo protagonistas e se integrando à paisagem.
Pode-se percorrer o lago do Vale Grande em Catamaran, observando as espetaculares paisagens e seus recantos com águas verde-esmeralda, e apreciar as extraordinárias formações rochosas do Cânion do Atuel. Os catamarãs estão equipados com todo o conforto necessário e segurança requerida para aproveitar o passeio.
Passamos pela Central Nº 4, reconhecida por seus tetos verdes, e chegamos finalmente no Mirante do Lago Vale Grande, onde poderemos desfrutar a vista do imenso lago de águas verdes, e da formação rochosa “El Submarino”.
CANHÃO DO ATUEL
As formações geológicas do Cañón del Atuel foram criadas por duas grandes forças naturais: a água e o vento, que lavraram estas incríveis esculturas naturais.
O Salto ou Cachoeira El Nihuil, onde está construída a represa, é o começo do Cañón del Atuel. Este acidente geográfico criado pelo rio Atuel que perfurou o maciço da Serra Pintada, originou o Cañón del Atuel.
O homem soube aproveitar este encrave em harmonia com o meio ambiente, e construiu importantes obras de engenharia hidráulica. Este imponente complexo hidroelétrico compreende quatro barragens, duas represas e quatro centrais.
O Rio Atuel, em seu percurso ao longo de 45 km, foi lavrando formações de uma beleza indescritível e descobrindo as diferentes camadas geológicas.
Hoje, no Cañón del Atuel se reúnem tanto turistas que chegam para desfrutar das formações naturais, quanto cientistas atraídos pelos depósitos pré-históricos que são descritos nos Estudos Arqueológicos.
Junto às atrações da paisagem natural se incorpora o complexo hidroelétrico El Nihuil, com seus diques e lagos.
Apresenta um espetáculo impactante: o rio Atuel, com seu milenar fluir tem erodido as paredes rochosas de seu leito, gerando, junto com a erosão eólica, formações de pedra somente comparáveis às do Grande Canhão do Colorado.
Ao longo do percurso veremos as mais variadas esculturas naturais, como: o Museu de Cera, a Poltrona de Rivadavia, O Lagarto, Os Velhos, Os Monstros, A Cidade Encantada, O Mendigo, Os Jardins Suspensos, citando apenas alguns.
Lenda do Canhão. No sul da atual província de Mendoza, vivia a tribo do cacique Talú. O pai de Talú morreu quando este era ainda muito jovem, mas apesar de sua pouca idade, soube assumir seu papel e governar seu povo com sabedoria.
A vida da tribo era pacífica e feliz, mas uma grande seca começou a assolar a região. Os anciãos e as crianças menores foram as mais afetadas pela falta d’água, e logo se deram as primeiras mortes. Sem duvidar um instante, Talú reuniu seus homens e partiu com eles em busca de água para seu povo.
Em várias ocasiões percorreram terras onde nunca haviam estado, mas somente encontraram terra seca e rachada pelo sol escaldante. Durante uma destas expedições, Talú conheceu uma bela moça que vivia sozinha no vale. O jovem cacique falou com ela e decidiu levá-la para viver com ele no seu povoado, ao qual ela não demorou a integrar-se. Um profundo carinho nasceu entre os dois, e ela contou que seu nome era Clara, era órfã e tinha vivido sozinha no vale durante anos. Depois de vários meses, decidiram casar e, pouco tempo depois, nasceu um menino ao qual deram o nome de Atuel.
A prolongada seca já tinha cobrado a vida de numerosas crianças e anciãos. Os homens brancos não tardaram em inteirar-se da desesperante situação, e decidiram atacar para tomar o controle dos territórios. Os combates foram ferozes, mas os debilitados índios finalmente foram vencidos e todos os homens da tribo, inclusive Talú, foram assassinados.
No meio da confusão, Clara escondeu-se com seu filho recém nascido, e quando os homens brancos finalmente abandonaram o lugar, deixaram somente viúvas, órfãos e alguns homens agonizantes.
Clara tomou em seus braços o pequeno Atuel e foi para as altas montanhas, onde o sol se põe. Subiu até um dos cumes e rogou aos Deuses que enviassem água para que os sobreviventes da tribo pudessem se salvar. Passava o tempo e nada acontecia. Assim, Clara decidiu oferecer sua vida e a de seu filho aos Deuses.
No momento da morte, cada um deixou cair uma lágrima, e delas brotou um caudaloso rio que abriu passagem pela terra seca até chegar à aldeia.
As mulheres deram de beber às crianças e, depois de muito tempo, novamente ouviram-se risadas na aldeia. As mais velhas procuraram Clara e seu filho, mas como não os encontraram, compreenderam que eles eram a causa daquele milagre.
O rio devolveu vida ao lugar, e pelas noites sua corrente embalava a aldeia com um som especial, parecido com o pranto de uma criança. Todos compreenderam que essas águas conservavam o espírito de Atuel, e decidiram dar ao rio o nome do pequeno herdeiro.
CENTRALES HIDROELÉTRICAS
Junto às atrações da paisagem natural se incorpora o complexo hidroelétrico El Nihuil, com seus diques e lagos.
A Central Nº 3 “Ingeniero Rivas” explora um salto de 75 metros localizado entre a descarga das turbinas do El Nihuil II, águas acima, e o dique de Vale Grande. Seu caudal de instalação é de 78 m³ por segundo. A instalação é de tipo exterior e tem duas turbinas de eixo vertical, com uma potência de 26 MW.
Esta Central se encontra em funcionamento desde 1971.
Então, até o Central Nº 2, que não tem nome. Pode-se ver à direita uma malha metálica feita de lâminas de aço para proteger a central dos desmoronamentos, muito comuns nesta região. A Central é de tipo exterior e possui seis turbinas com um caudal instalado de 78 m3/s. À saída de sua restituição se encontra o final da represa gerada pelo Dique Tierras Blancas.
A Central Hidroelétrica “Eng. Maggi” deve seu nome ao engenheiro responsável pelo projeto que faleceu durante a construção do mesmo. São quatro turbinas verticais que se chocam com a água perpendicularmente.
Abaixo vemos o sistema de captação de água que foi canalizado e transporta a água da represa para a central. Vemos o Dique AISOL. Este Dique AISOL (NIHUIL I) se encontra imediatamente depois das águas abaixo da restituição da central Niuhil I, e é uma estrutura de concreto tipo gravidade, de planta reta com 85m de comprimento. Possui 4 turbinas de eixo vertical e sua potência unitária, com 158m de altura e 11.75 m³/s, é de 18,45 MW, encontrando-se em funcionamento desde 1957.
Hoje, o complexo “Los Nihuiles” pertence ao grupo de capitalistas franceses INIZA. Antes pertencia à “Agua y Energía”.
EL NIHUIL
Nihuil significa “há passagem”. Para outros, é uma deformação da palavra Nahuel, que significa “tigre”.
Emergindo do Cañón del Atuel através de uma costa sinuosa descobrimos a imensidão do lago que forma o Dique Cañón del Atuel, de 9.600 h.
Nesta represa existe grande variedade de espécies de peixes (ictíicos) que o transformam em um paraíso para os pescadores. Também podemos apreciar um espetáculo muito colorido quando os praticantes de windsurf abrem centenas de velas multicoloridas, ou quando os esquiadores deslizam rapidamente sobre as águas calmas.
Sobre a margem direita está a Vila El Nihuil, que conta, além de um Camping, com todos os serviços: Delegacia Municipal, Capela, Centro de Saúde, Telefônica, Escolas e o Club de Pescadores.