Expedições ao Aconcágua

Para chegar até a base do cerro, desde a cidade de Mendoza, é preciso empreender o mesmo trajeto que leva ao Chile; o que supõe encontrar não poucas oportunidades para fazer, nas paradas da viagem, um atrativo complemento: as paisagens de Potrerillos, Uspallata ou Puente del Inca, fazem esquecer que se tem percorrido quase 180 km ao chegar em Las Cuevas.

O ponto de partida para a ascensão é o Parque Provincial Aconcágua – criado em 1983 – que oferece 71 mil hectares de esplendor natural. Ali podem-se praticar variadas atividades como o mini-trekking familiar na Laguna e Vale de Horcones ou a escalada em gelo, sobre diferentes geleiras.

A impressionante paisagem que oferecem as duas lagunas do vale, com sua vegetação e fauna aquática, assim como a presença dos condores e guanacos (e, ocasionalmente, algum puma) nas margens do rio Horcones ou aos pés do cerro Tolosa e seu vizinho oriental, o Almacenes, constituem o cenário ideal para safaris fotográficos ou para se ter simplesmente uma excelente vista.

A obtenção das permissões para ingressar no Parque Provincial Aconcágua deve ser realizada pessoalmente no edifício CUBA, na Av. Los Robles, balão do Rosedal, no Parque Gral. San Martín em Mendoza. O horário de atendimento é de segunda à sexta-feira de 8 a 18 hs. Sábados, domingos e feriados de 9 a 13 hs. O custo varia segundo a duração da atividade (trek curto: 3 dias, trek longo: 7 dias, ascensão: 21 dias) e a data de ingresso (permissões e identificação são requisito indispensável para a estada no Parque). Por outro lado, para o ingresso durante o inverno (desde o 16 de março ao 14 de novembro), é preciso cumprir com a formalidade de realizar um “deslinde de responsabilidades” (declarando que se ingressa por conta própria e risco), dado que – nessa época – o Parque não conta com os serviços de segurança que tem durante a temporada oficial (serviço médico, guarda-parque nos “acampamentos base” e patrulha de resgate).

Uma vez autorizados para ficar no parque, é preciso percorrer um longo caminho para chegar nos chamados “acampamentos base”. Assim designam-se os assentamentos de grupos de andinistas que esperam condições climáticas favoráveis para empreender a ascensão ao Aconcágua. Eles são Plaza Francia, Plaza de Mulas e Plaza Argentina.

Cada temporada (15/11 a 15/3) atrai a milhares de montanhistas, que vêm a procura dos cumes e geleiras que nunca têm fim; como o “Horcones Inferior”, que nasce na famosa Parede Sul; o “Los Polacos” e o “Horcones Superior”.

Para os que querem subir até o pico do Aconcágua, há disponível distintos tipos de acampamentos. Os de aproximação são utilizados por andinistas e interessados na subida ou no trekking. Há três no penhasco dos “Horcones”: penhasco do “Durazno” (3000 m), Confluência (3500 m) e Refúgio Ibañez (3800 m); e dois no penhasco do Rio “Vacas”: o acampamento “Pampa de Leñas” (2850 m) e “Casa de Piedra” (3 200 msnm).

Em Confluência, de dezembro a março, surge uma pequena cidade de mais de 200 barracas com variados serviços (restaurantes, discotecas, enfermaria). A ideia é passar a  noite ali e seguir até a “Plaza das Mulas”, onde é mais precisa a aclimatação – adaptação ao clima.

Os acampamentos base estão destinados ao assentamento de quem tente a subida ao cume do Aconcágua: “Plaza Francia” (4250 m) e “Plaza de Mulas” (4300 m), que conta com heliporto.

Neste último encontramos o hotel/refúgio mais alto do mundo: conta com 80 vagas e é diariamente reabastecido com provisões, transportadas a lombo de mula.

Os acampamentos de altura são utilizados durante a subida ao pico do Aconcágua e contam com lugares abrigados contra os fenômenos naturaise córregos para a reserva de água.

Na rota noroeste encontramos os seguintes acampamentos: “cambio de Pendiente” (5200 m), “Plaza Canadá” (4910 msnm), “Nido de Cóndores” (5380 m), “Berlin” (5780 m), “PiedrasBlancas” (6030 m) e “Independência” (6400 m).

Na rota da Geleira do “los Polacos” encontramos os acampamentos Campo I (4900 m) e Campo II (5800 m).

 

PLAZA FRANCIA

É uma rota mais curta: somente 25 kms. desde Puente del Inca, com uma altura de 4.100 m. sobre o nível do mar. Encontra-se do lado esquerdo da geleira Horcones Inferior. Ali existem vários terrenos aptos para a acampada, circundados por pequenos córregos. É a base para ascensão aos cerros “Almacenes” (4.800 m.) e “Mirador” (5.800 m.). É um lugar sem vegetação e os ventos, geralmente, não representam um problema.

Trekking à “Plaza Francia” (15 de novembro e o 15 de abril)

Com um itinerário de entre três e seis dias, fazer trekking até a “Plaza Francia” é uma excelente oportunidade para quem, sem chegar até o topo, quer compartir o desafio do andinismo e ter o primeiro contato com o colosso da América. A “Plaza Francia” é o acampamento localizado na base da mais difícil das descidas para escalar o Aconcágua: a Parede Sul, 3.000 metros verticais de gelo e rocha que convivem em harmonioso equilíbrio. Desde ali pode se apreciar a vista mais imponente da montanha mais alto da Cordilheira dos Andes.

 

PLAZA DE MULAS

A 35 kms desde Puente del Inca, é o lugar ideal para uma boa aclimatação, rodeado de grandes rochas que protegem as barracas e imponentes cerros de mais de 5.000 m. Desde ali, é possível ascender os cerros vizinhos (todos com alturas superiores aos 5.00 m.). Também pode-se praticar escalada na geleira “Horcones Superior”. Outros destinos próximos são o cerro “Cuerno” (5.450 m.) e o Cerro Bonete (5.100 m.). O lugar conta com um pequeno refugio de madeira, com espaço para 6 a 8 pessoas, chamado “Refugio Sección Exploradores Baqueanos”. Se bem é pouco apto para habitar como dormitório, é bom como cozinha-comedor. Também encontra-se aqui o Hotel Refugio “Plaza de Mulas”, com quartos quadruples com beliches e banheiro compartilhado e misto.

PLAZA ARGENTINA

Chega-se andando 62 kms. desde Punta de Vacas. Se bem é apto para acampamento, apresenta – pela sua grande esplanada – ventos mais fortes que nos lugares anteriores. Há água e lenha em toda o vale e a trilha está bem definida. É recomendável realizar a viagem em três dias (diferentemente de Plaza de Mulas ou da Plaza Francia, que requerem somente duas etapas).

Há quatro alternativas para a expedição de subida:

•Rota normal (NO), com itinerário de 10 a 15 dias, incluindo caminhadas a distintos pontos da montanha e aclimatação no acampamento de Plaza de Mulas. Esta rota não apresenta dificuldades técnicas, mas deve-se levar em conta os grandes temporais que podem assolar a mesma, e a puna própria da altura (mal-estar causado pelo ar rarefeito), motivo pelo qual devem ser reforçadas as severas normas de segurança montanheira. Em todos estes casos é necessário o uso de barracas, porque todos os refúgios são pequenos, com capacidade para três ou quatro pessoas.

•Rota de los Polacos (Gelos de cara leste). Esta Rota parte do acampamento Base Praça Argentina e sobe em direção oeste – noroeste, entrando pelo Vale do Rio Vacas.

•Parede Sul ou Rota Francesa – por ser dessa nacionalidade os primeiros que a escalaram –, 3.000 m. verticais de gelo e rocha.

As rotas do Glacial e a Parede Sul são consideradas de alto risco e uma das grandes muralhas do mundo. Nesta rota não se fazem acampamentos habituais fixos e, portanto, se utilizam para pernoitar lugares que não estejam expostos aos desmoronamentos e avalanches.

Nesta rota costumam realizar o trekking mais atrativo e concorrido, de 3 dias e 2 noites, dormindo no acampamento de Confluência a 3.200 manm, e chegando até a Parede Sul do Aconcagua a 4.200 manm.

•Rota da Parede Oeste. Denominada Ibañez-Grajales-Marmillot, por terem sido eles os primeiros a subir este lado que tem vista para o Chile. É uma rota de alta dificuldade.

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